PB-POLICIA.
Suspeito de estuprar enteada de 11 anos
insinuou que menina levava vida promíscua; ele foi preso em Pernambuco e
trazido para a Paraíba
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Padrasto foi preso em Pernambuco, Divulgação/Polícia Civil |
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pedreiro Odmilson Barbosa da Silva, de 51
anos, suspeito de estuprar e engravidar a enteada de 11 anos, segue negando a
autoria do crime e pedindo que seja feito exame de DNA para.
segundo ele, comprovar que não é o pai
da criança que nasceu no último fim de semana, em uma maternidade de João
Pessoa. Para reforçar a tese, Odmilson insinua que, apesar de ter apenas 11
anos, a vítima tinha uma vida promíscua, motivo pelo qual teria engravidado. O
suspeito chegou nesta sexta (15) a João Pessoa, transferido de Recife (PE),
onde foi preso no fim da tarde da quarta-feira (13). Ele está na Central de
Polícia e será apresentado à Justiça na segunda-feira (18).
Odmilson é suspeito de estuprar uma
menina de 11 anos e de ter começado os abusos quando ainda tinha 10 anos. No
fim do ano passado, ele teria a engravidado. O caso aconteceu em um acampamento
de sem terras, que fica no bairro do Grotão, na Capital. A gravidez só foi
descoberta no mês de maio, quando a menina se sentiu mal e precisou ser
atendida em um posto do Programa Saúde da Família (PSF). O caso foi comunicado
à polícia e à mãe da vítima, que disse não ter desconfiado de nada. Em
depoimento à polícia e em conversa com a mãe, a menina afirmou que o pai da
criança era Odmilson. A maioria dos episódios de abusos teriam acontecido em um
sítio, onde o suspeito tirava cocos e para onde levava a enteada, com a
permissão da mãe.
De acordo com a investigação, no dia
que a menina revelou que era abusada e que Odmilson era o suspeito, ele saiu de
casa dizendo que iria trabalhar e não voltou mais, chegando a ser considerado
foragido, após a Justiça decretar a prisão preventiva. Nesta sexta (15), na
chegada a João Pessoa, o suspeito negou que tivesse fugido.
"Eu sempre ia a Recife, a cada
dois meses, em busca de trabalho. Dessa vez fiz a mesma coisa, mas quando ia
voltar, fui alertado por um amigo que estava rolando essa confusão e que seria
ariscado. Fiquei com medo e decidi que só voltaria quando arrumasse um advogado
e pedisse um teste de DNA", disse.
Ao ser perguntado sobre quem seria o
autor do estupro, uma vez que nega a autoria, Odmilson insinuou que a vítima
levava uma vida promíscua, apesar da idade, motivo pelo qual sustenta não ser o
pai do recém-nascido. "A mãe precisa prestar mais atenção na filha que
tem. A menina tem 11 anos, mas faz coisas que muita gente não sabe", disse
por diversas vezes, sem especificar que atos seriam esses.
Defesa sem fundamento
Para a delegada Joana D´arc Sampaio,
que investigou o caso, os argumentos do suspeito são apenas uma tentativa de
fazer as pessoas acreditarem em sua inocência. "Eu acredito na palavra da
vítima. Era uma criança de 11 anos, que não tinha históricos de
relacionamentos. Mas é um direito dele pedir DNA e falar o que quer, como
estratégia de defesa. Cabe agora à Justiça decidir sobre a realização desse
exame, o que acredito que irá acontecer, até mesmo para entrar como prova técnica
no processo", disse.
Segundo a delegada, a participação da
polícia no caso se encerrará na segunda-feira (18), com a apresentação do
suspeito na audiência de custódia. "O inquérito já foi concluído,
relatado, o Ministério Público já ofereceu denúncia, já há inclusive a primeira
audiência de instrução do processo agendada. Faltava apenas a prisão, o que
estamos concluindo agora", afirmou.
Portal Correio com Ainoã Geminiano
(Correio da Paraíba)
